sexta-feira, 3 de setembro de 2010
JORNAL DO BRASIL ABONDONA O PAPEL E PASSA UNICAMENTE A SER DIGITAL
Embora com uma conotação saudosista, o poema Papel de Carlos Drumond de Andrade, muito bem utilizado pela Miriam Leitão, na despedida do JB impresso, ressalta a importância desta matéria prima que nos aguça todos os sentidos, o cheiro de livro novo, quase como o do primeiro carro, o som do virar a página, a textura milenar que abraçamos ou o usamos algumas vezes de travesseiro e que nele ficam algumas lágrimas que deixamos descuidadamente imprimir e aos mais românticos que ali perpetuam uma flor, para simplesmente marcar uma página, sensações. Sensações que com certeza ainda nos acompanharão no próximo século. Hoje nos vejo aptos a interagir com as várias tecnologias da informação, porém imbuídos no aprimoramento de novas técnicas de se pintar informação no: Papel.
Papel
Carlos Drumond de Andrade
E tudo que eu pensei
e tudo que eu falei
e tudo que me contaram
era papel.
E tudo que descobri
amei
detestei:
papel
Papel quanto havia em mim
e nos outros, papel
de jornal
de parede
de embrulho
papel de papel
papelão.
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